O spread é a parte da taxa de juro que reflete a percentagem de lucro do banco num processo de crédito habitação.
Por norma existe um spread base , que resulta da estratégia comercial e análise de risco do banco, que normalmente é bonificado pela ligação do cliente ao banco.
No que diz respeito ao risco, quanto mais garantias o banco tiver da parte dos clientes, menos risco o cliente apresenta, logo melhor será o spread.
Normalmente estas garantias são avaliadas tendo em linha de conta os seguintes critérios: Relação financiamento face à garantia hipotecária, ou seja: quanto mais vale a casa face ao valor do empréstimo menos risco há para o banco; Taxa de esforço que os clientes têm para pagar a prestação, por recomendação do Banco de Portugal não pode passar os 30% à data em que é feito o financiamento e não pode passar os 50% somando 3% à taxa de juro aplicada; Relação laboral estável, profissão e tipo de contrato de trabalho (Prazo ou Efetivo), quanto mais tempo de relação laboral com contrato de trabalho efetivo melhor; Estes são os principais, entre outros.
Depois de ser calculado o spread base, os bancos atribuem um desconto a este spread, mediante a contratação de outros produtos, como por exemplo: Seguro de Vida; Seguro Multirriscos; Domiciliação de vencimentos; Autorização de débitos em conta; Cartão de crédito; Constituição de poupanças com entregas programadas; Entre outros, estes são os mais utilizados.
No processo de negociação de condições, por norma o spread base é fixo, e onde há margem de negociação é nesta relação entre o banco e o cliente. Se alguns destes produtos reforçam e estreitam a relação entre o banco e o cliente, como as poupanças ou domiciliação de vencimentos, outros têm a ver mais com margem para o banco para além do spread.
E aqui o que tem mais peso é sem dúvida o Seguro de Vida, não só no momento da contratação, mas, sobretudo, ao longo de todo o contrato de crédito.
Sim, porque o prémio que a companhia de seguros cobra ao cliente, também tem a ver com o risco, e quanto mais idade têm os clientes mais agrava o prémio. Mesmo assumindo que todos os meses a divida baixa, mas, por norma só nos últimos anos do crédito é que a amortização da divida compensa o aumento da idade.
O que o mercado dos seguros de vida nos mostra é que fazer o seguro no banco tem um custo mais elevado em cerca de 60%, em relação a fazer o mesmo seguro numa companhia de seguros que não esteja vinculada a um banco.
Quanto mais jovens são os clientes, menor é o risco e menor é o custo do seguro, o problema é quando começa a avançar na idade, porque 60% de 20€ são 12€, mas 60% de 100€ são 60€, mas a bonificação de 0,25% no spread por ter o seguro no banco, que é a que mais se pratica, num financiamento de 150.000€ a 30 anos, são sempre 17€ que baixa na prestação!
Logo se no momento da contratação, pode não haver muita diferença, quanto mais vai avançando na idade maior será a diferença.
Assim, no momento de contratar um crédito habitação, o spread mais baixo nem sempre é o melhor spread, é muito importante que leve em linha de conta toda a relação com o banco, nomeadamente os produtos que tem que contratar e os custos globais dos mesmos, como vimos atrás, sendo o que tem maior peso e risco é o seguro de vida.
Visite também o nosso artigo: “Como poupar no Seguro de Vida do Crédito Habitação”
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